Mistérios ...
O fascínio que o mistério exerce sobre a mente humana tem sido o motivo da
ampliação de nosso conhecimento do mundo e do desenvolvimento da ciência
moderna. O constante desejo de solucionar os mistérios do espaço levou-nos a
explorar o sistema solar, as estrelas e os planetas de nosso universo, e até outros
universos além de nossa galáxia.
Durante os últimos quinhentos anos, praticamente exaurimos a exploração dos
mistérios geográficos da Terra. Mapeamos ou fotografamos a maior parte da
superfície terrestre, e, desde os anos 40, pudemos registrar a posição aproximada
de montanhas, golfos, planícies e abismos marítimos. Caçadores e zoólogos
conseguiram, alternativamente, exterminar ou catalogar a maior parte da vida
animal do mundo em que vivemos, embora as profundezas dos mares ainda
possam nos reservar algumas surpresas. O homem moderno e o antigo já foram
exaustivamente estudados e classificados. Até mesmo populações remotas e
primitivas tornaram-se familiares por intermédio da televisão, uma tecnologia que,
alguns séculos atrás, teria sido considerada uma empolgante manifestação de
magia.
Em um mundo de computadores, robôs, mísseis teleguiados, viagens espaciais,
engenharia genética, e dos primeiros passos na criação artificial da vida,
imaginamos se ainda existem novos mistérios a ser solucionados. E, ao
considerarmos os perigos da era atômica e do desenvolvimento da guerra
científica, chegamos a duvidar que ainda tenhamos tempo para descobrir novos
segredos do universo - antes que a humanidade seja destruída.
Certamente muitas coisas ainda permanecem envoltas em mistério. Mesmo nos
dias de hoje, no apogeu da perícia científica, os mistérios do espaço, do tempo, da
coincidência, de manifestações paranormais, e as exceções ao que consideramos
como sendo uma lei natural, continuam indefiníveis. Com o progresso da busca
pelo desconhecido, nossos conceitos anteriormente separados de fatos científicos e
eventos paranormais começaram a se fundir. Hoje em dia, conseguimos classificar
toda uma gama de potencialidades paranormais.
O poder da mente humana, por exemplo, está provando ser muito mais forte do
q u e imaginávamos anteriormente. Manifestações quase físicas da mente, que
atualmente estão sendo amplamente estudadas, incluem telepatia, transporte,
telecinésia, e a capacidade de ver o que está acontecendo em lugares distantes e
em outros tempos.
Fantasmas são fenômenos paranormais que ultrapassaram os limites da ficção e
estão sendo objeto de sérios estudos científicos. Mas o que são fantasmas? Os
indígenas do Amazonas e os nativos da Nova Guiné não têm dificuldade em aceitar
a realidade visual de fantasmas, quando lhes são mostrados filmes de guerreiros
de suas tribos que eles sabem já estarem mortos. É difícil explicar-lhes que a
filmadora reproduziu cenas do passado. Para eles tudo é muito mais simples: o
filme captou o espírito de quem partiu. Para nós mesmos, podemos explicar a
cinematografia; como explicar, porém, a grande quantidade de lugares “malassombrados”
- casas, castelos, campos de batalha e navios - tão freqüentemente
mencionados no moderno mundo científico? Será que existem resíduos de
personalidades ou de eventos que podem ser captados e reconstruídos?
A transferência de pensamentos através da telepatia está prestes a tornar-se uma
teoria aceita pelos cientistas. Acredita-se que os animais, entre seus semelhantes,
empregam essa habilidade para a comunicação de advertência e para a caça, e é
provável que os seres humanos também fizeram uso dessa faculdade, antes de se
tornarem civilizados. Mesmo agora, encobertos pela aparência de civilização,
passamos por freqüentes momentos de pré-ciência desaprendida, o que parece
indicar a posse de alguns poderes telepáticos. O poder de prever o futuro, no
entanto, ainda é um mistério que pode ser vinculado aos segredos finais do tempo
e do espaço.
Será que todas as profecias quanto ao futuro não passam de simples adivinhações?
Júlio Verne, ao escrever sobre uma viagem à Lua por um foguete, 150 anos antes
do acontecimento de tal evento, imaginou e descreveu o comprimento e o formato
do foguete de maneira precisa. O foguete de sua ficção errou o tempo de chegada
do verdadeiro em apenas catorze minutos.
A previsão de Júlio Verne pode ter sido uma simples adivinhação que deu certo,
mas, no que diz respeito à pré-ciência na profecia, é extremamente difícil
desacreditar Nostradamus. O astrólogo francês do século 16 previu com precisão a
duração do Império Britânico, que ainda não existia; detalhes da Revolução
Francesa, duzentos anos antes de seu acontecimento; as duas guerras mundiais
dos tempos modernos, inclusive com ataques aéreos e evacuações de cidades e
até um Führer alemão com o nome ligeiramente adulterado: “Hister”. Nostradamus
previu terremotos na costa leste do Novo Mundo e até mesmo alguns dos eventos
mais recentes na Líbia e no Irã.
Não dispomos de explicações aceitáveis para a precisão de profecias detalhadas do
passado distante. O tempo, segundo nosso entendimento, é uma estrada do
passado para o futuro, que passa pelo presente. Contudo, talvez seja uma rua de
mão dupla, uma teoria de alguns que acreditam que o tempo, assim como o
espaço, pode ser circular.
Talvez o exemplo mais impressionante de profecia nos venha da antiga Índia, de
descrições no Mahabharata, epopéia indiana escrita por volta do século 5 a.C, e em
outros registros compostos há milhares de anos. Esses livros descrevem projéteis
impulsionados com a força e o calor de “dez mil sóis”, obliterando o exército
opositor, desbaratando elefantes de guerra, carroças, e homens no vórtice,
destruindo cidades, envenenando suprimentos de alimentos, e forçando até mesmo
os soldados vitoriosos a se preservarem, lavando seus corpos, suas roupas e seus
equipamentos em rios, para evitar os fatais efeitos secundários. Essas bombas,
cujas explosões formavam grandes nuvens “semelhantes a cogumelos” a partir dos
núcleos, eram chamadas de “Raios de Ferro”.
Por coincidência, quando as antigas medições e as modernas coordenadas são
comparadas, as descobertas indicam que o “Raio de Ferro” era um projétil com
aproximadamente o mesmo formato e tamanho da bomba atômica lançada sobre
Hiroshima, marco do início do fim da Segunda Guerra Mundial.
Até 1945, quando a primeira bomba atômica explodiu em combate, as descrições
no Mahabharata eram consideradas como simples sonhos fervorosos. E agora que
começamos a levar a sério a epopéia indiana, devemos examinar a possibilidade
de que essas previsões talvez não fossem visões do futuro e sim do passado, e que
essas anotações referem-se a incidentes de guerra que realmente aconteceram,
talvez há mais de 10 mil anos, entre civilizações que já não existem mais.
Talvez os incidentes mais inexplicáveis e misteriosos que acontecem no mundo de
nossos dias ocorram propositadamente nos céus noturnos sobre a Terra. Só nos
Estados Unidos, calcula-se que mais de 20 milhões de pessoas declaram ter visto
algum objeto voador não identificado (OVNI, ou UFO em países de língua inglesa) e
metade da população total acredita que ele exista.
Embora objetos nos céus tenham sido vistos desde tempos imemoriais, e já
tenham sido interpretados fortuitamente como lições divinas, sinais, testes, e até
presságios, a ufologia como ciência somente atraiu a atenção geral das nações do
mundo a partir de 1947, quando o piloto Kenneth Arnold encontrou e perseguiu um
grupo de objetos desconhecidos sobrevoando as Cascade Mountains de
Washington, e que, segundo ele, pareciam “discos voadores”. É interessante notar
que esses visitantes inesperados, desde sua primeira aparição, foram vistos sobre a
região sudoeste dos EUA, especialmente no Arizona, em ocasiões que coincidiram
com os experimentos governamentais relativos às forças fundamentais do universo,
como se os ocupantes das naves - fossem elas da Terra ou do espaço - estivessem
especialmente interessados nessas experiências.
Hoje em dia, os OVNIs recebem atenção e cobertura jornalística mundial. São
vistos por pessoas no mundo inteiro e, regularmente, sobre o Triângulo das
Bermudas, que, devido a suas anomalias magnéticas e às súbitas aberrações
climáticas, tem sido considerado por alguns como um caminho cósmico de entrada
para os visitantes do espaço.
Os OVNIs já foram descritos em diferentes formatos, embora geralmente as
pessoas afirmem que eles são redondos. Observados e fotografados de aviões,
navios cargueiros e transatlânticos, eles realizam vôos rasteiros, sobrevoam aviões
e parecem interferir com os radares de rastreamento. Parecem também ser
capazes de alcançar velocidades inconcebíveis, e podem desaparecer de uma hora
para outra.
Suponhamos que eles sejam reais. Por que estariam voando pelos céus da Terra?
Será que seus ocupantes estão aqui à procura de novos materiais, de água, de
exploração, de conquista, ou, mais altruisticamente, será que vieram para nos
advertir que corremos o risco de explodir nosso planeta? (Caso esta última hipótese
seja verdadeira, tal abordagem benigna raramente se mostrou evidente em nossos
próprios registros históricos de invasores humanos.)
A humanidade aproxima-se da maturidade e está se preparando para enfrentar
mistérios referentes não só à exploração da Terra, mas também do sistema solar,
das estrelas (e dos planetas?) de nossa galáxia, e dos universos de outras galáxias
e das possíveis entidades que possamos encontrar ali, bem como daquelas que, em
nosso espaço aéreo, pareçam estar nos investigando.
Comentários
Postar um comentário