O Mistério Da Origem da Vida

Parte 2

Alternativas mais radicais da bioquímica conhecida reduziriam as possibilidades de erro. Astrobiólogos imaginaram formas de vida em que outro solvente, como o metano, substituiria a água - teoria pouco provável, pois o metano é líquido apenas em baixas temperaturas. Pensa-se também na hipótese da reorganização dos átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e fósforo. O fósforo é raro e, no início da história da Terra, não existia em abundância na forma solúvel e facilmente acessível. O arsênico, que é um veneno para a vida clássica, poderia tê-lo substituído nos organismos vivos: além de desempenhar as funções do fósforo no estabelecimento de ligações estruturais (ligação entre os nucleotídeos do DNA) e de estocagem de energia (ATP) nas células, poderia se constituir em fonte de energia para alimentar o metabolismo.

A VIDA APARECEU EM MARTE?
Segundo o determinismo biológico, a vida deve aparecer no momento em que surgem as condições apropriadas. De acordo com essa teoria, a vida eclodiu em algum lugar no Sistema Solar, provavelmente em Marte, um planeta que, no início de sua história, tinha água em estado líquido na superfície. Terra e Marte partilharam de matéria ejetada no espaço pelo impacto de asteroides e de cometas, e alguns micróbios viáveis, enclausurados no interior de rochas, podem ter sido levados de um planeta a outro. Assim, é plausível que os organismos resultantes tenham se mesclado ao longo do tempo.

Os organismos fabricam proteínas graças aos ribossomos, que agrupam os aminoácidos. Para abrigar ribossomos, eles não podem ser pequenos. Vírus, por exemplo, têm apenas 20 nanômetros de diâmetro e não possuem ribossomos. Mas não são autônomos, pois dependem das células que infectam para se reproduzir. Essa dependência impede que os vejamos como forma de vida alternativa. Mas já se disse que a biosfera seria o refúgio de células pequenas demais para abrigar ribossomos. Recentemente, Philippa Uwins, da Universidade de Queensland, na Austrália, encontrou estruturas com cerca de 30 nanômetros de tamanho em amostras de rochas submarinas. Se resultaram de processos biológicos, seriam formas de vida alternativa que não utilizam ribossomos. A realidade das nanobactérias, porém, ainda não está bem estabelecida.

Um organismo bioquimicamente estranho seria a prova de uma segunda origem da vida se ele fosse fundamentalmente diferente da que conhecemos. Mas a fronteira é tênue, pois não se sabe como a vida apareceu. Exobiologistas a imaginaram baseada em compostos de silício, mais que de carbono, tão essencial à nossa bioquímica. Os organismos em que o carbono estivesse ausente teriam, sem dúvida, uma origem diferente da nossa. Por outro lado, um organismo que utilizasse os mesmos nucleotídeos e aminoácidos que as formas de vida conhecidas, mas desfrutasse de um código genético diferente, não contribuiria em favor de uma origem independente, porque as diferenças poderiam se explicar por divergência evolutiva.

A VIDA NOS NICHOS MAIS HOSTIS

Ambientes extremos e nichos ecológicos isolados, onde a maior parte dos organismos comuns não teria como sobreviver, podem abrigar formas de vida alternativas. Como exemplo, o rio Tinto, na Espanha, repleto de minério de ferro e metais pesados (A); os gelos eternos da Antártica (B) e as fontes termais e sulfurosas como as do parque Yellowstone, nos Estados Unidos, onde a temperatura da água chega a 90 graus centígrados (C).

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